A bruxa e seu caldeirão, digo, sua lata.
Algum tempo atrás a imprensa fez enorme alarde e não era para menos. Apareceram flutuando, em vários locais da costa brasileira, latas contendo canabis sativa da mais pura qualidade. Purinha... E a turma do fumacê logo passou a chamar o produto, quando de boa qualidade, de "da lata". "Dá um bagulho, aí, bródi, mas tem que ser da lata. Cocô de cavalo... nã, nãni, nãnão!..."
Uma coisa nada tem a ver com a outra, mas toda vez que me deparo com um poema do qual gosto muito, lembro do episódio "da lata". Espero que Gilberto Gil não se aborreça comigo pela infame analogia. E nem vai se aborrecer mesmo. É um homem muito ocupado para estar lendo blogs de vovozinhaspiriguétis.
Aliás, é o poema mais belo que Gil escreveu - no meu parco entendimento de Literatura, claro.
M e t á f o r a
(Gilberto Gil)
Uma lata existe para conter algo,
Mas quando o poeta diz lata,
Pode estar querendo dizer o incontível.
Uma meta existe para ser um alvo,
Mas quando o poeta diz meta,
Pode estar querendo dizer o inatingível.
Por isso não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata.
Na lata do poeta tudo-nada cabe,
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível.
Deixe a meta do poeta, não discuta.
Deixe a sua meta fora da disputa.
Meta dentro e fora, lata absoluta.
Deixe-a simplesmente metáfora.
E devo agradecer a Vera - uma bruxinha que faz parte da minha vida há muuuuuuuuuuuuuito tempo - que me ensinou a amar a poesia.
Outro dia a bruxa apanha outro poema no caldeirão.
http://www.youtube.com/watch?v=at_sWeJWNps
E para encerrar, um youtube com a lata.
(Suponho que a moça do vídeo não vai me processar por direitos autorais...)
oiiiiiii... e eu aqui adorando os posts..a poesia,a lata,a bruxa,tudo..hehehe...
ResponderExcluirbeijos Nika!! otima semana!!
;-)
ei, Bruxismos à parte, me amarrei... Acho que vou procurar minha lata!!!!! Siga postando...
ResponderExcluirDoida! Hahaha!
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