Total de visualizações de página

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Kadahfi esteve aqui em casa

                                                  Kadahfi esteve aqui em casa

É falta de respeito, educação e solidariedade a maneira como os internautas estão lidando com a doença do Lula. "Vai pro SUS!" "Vai pra fila às quatro da manhã pra ver o que é bom!" Somente quem não passou por isso é que não sabe respeitar. Já passei e não foi fácil; ainda bem que havia alguém feito  Dona Marisa ao meu lado e que não me abandonou por um momento. A maior prova de amor que um homem pode dar a uma mulher, foi-me dada pelo meu companheiro. Também fui guerreira por essa força que recebi. Os cabelos foram caindo, a cara ficando cada vez mais rósea. Só me exilei um pouco mais em casa quando os cílios caíram e fiquei com olhos tão expressivos quanto o cu de um pinto. Mas isso é outra história.

Sonhei que o Lula me fez uma visita. Contar sonho é muito chato. Mas os meus sonhos são em tecnicolor, efeitos especiais e até verossimilhança como requer uma boa ficção. Digo verossimilhança porque meu apê não era um cubículo de dois dormitórios. Era um andar inteiro, vista para um rio, muitas janelas de vidro, muitos ambientes, coisa digna de receber um Presidente.
Estávamos na sala, confortalvelmente sentados, quando o Presidente, na sua proverbial simplicidade, puxou o edredom, cobriu-se até a cabeça e disse que ia passar a noite por ali mesmo. Dona Marisa aconchegou-se ao peito dele e já estavam a dormir.
De repente bateram à porta - havia uma grande comitiva e alguém desejando ser recebido pelo Presidente.
O Presidente prontamente foi à porta, acompanhei-o e eis que à frente de dois ou três ministros, Kadahfi, mais magro, vestindo um marrom  monge franciscano, apressado, claudicando da perna direita e apoiado a uma bengala na mão esquerda! Sim!... Afinal era sonho...
Houve um frisson na platéia feminina - fisionomias simplesmente congeladas. Kadahfi ainda era aquele quarentão bem apanhado com a fama de muso que a mídia lhe concedera.
Lula juntou´se à comitiva e foi para os aposentos presidenciais fazer as honras da casa àquela visita inesperada.
Quando o último carro da comitiva foi-se, voltei ao interior da sala. Havia ainda grande movimento de garçons, retardatárias gordas empapuçando-se de uns doces que eu não saberia descrever.
Percebi que a visita havia acabado quando avistei, junto à parede do jardim de inverno, uma fila de petistas, de camisas vermelhas, sandálias havaianas, sentados no chão, com cara de cansados.

E para não continuar uma chata contadora de sonhos, volto ao meu ofício: sapatos.
Eis o que recolhi na rede, últimas novidades para o verão.



Por hoje é só. O cães ladram e a comitiva do Omar passa.