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terça-feira, 21 de junho de 2011

abuelitapeligrosa: Abuelita cientopiés y sus muchos zapatos.

abuelitapeligrosa: Abuelita cientopiés y sus muchos zapatos.: "A amiga convidou-me e topei. Fui aos confins do sertão do Nordeste brasileiro para fazer-lhe uma visita. Um belo sítio, casa aconchegante, h..."

Abuelita cientopiés y sus muchos zapatos.

A amiga convidou-me e topei. Fui aos confins do sertão do Nordeste brasileiro para fazer-lhe uma visita. Um belo sítio, casa aconchegante, hospitalidade cinco estrelas de minha amiga, numa cidade chamada Currais Novos, bem próximo a um grande açude, cuja extensão requer até casas de veraneio e turistas o ano inteiro. Um açude chamado Gargalheiras, algo que me sugere "gargalhada", alegria, abastança, pela perenidade da água. É um açude que não seca nunca, mesmo que faça cinco anos consecutivos de seca num sertão já tão seco de natureza.
Mas eu estava falando de Currais Novos. Dizem que os tropeiros, os homens que conduziam o gado de um canto pra outro, antigamente, deram origem ao nome do lugar quando acampavam para dormir e o gado era reunido em currais para não se dispersarem no meio da noite.
Lá praqueles lados também existe um lugar chamado Pau dos Ferros. E não é o que estão pensando não! No Nordeste, árvore chama-se "pé de pau". Ja imaginaram se aquilo desse em árvore? Seria a suprema realização das solteironas, mal-amadas, viúvas sozinhas, descasadas, e por aí vai. Então... os tropeiros passavam por um determinado lugar e, numa determinada árvore, deixavam a marca de sua passagem: marcavam o pé de pau a ferro, isto é, usavam aquele ferro em brasa que se usava para marcar o gado com o - digamos numa linguagem moderna - logotipo do proprietário. E essa é a origem do nome da cidade de Pau dos Ferros. Espero que não se marquem mais os animais dessa maneira. Pelos menos não vi na Internet ninguém reclamando disso, porque há Sociedades Protetoras para todos os animais vítimas de maus tratos: os gansos - e o foie gras, os touros, os galináceos etc. Por enquanto não há ninguém reclamando do hábito de os fazendeiros marcarem o gado a ferro incandescente. Se alguém souber, que denuncie...
Voltemos ao Nordeste brasileiro.
Eis-me na casa de minha amiga. Casa cheia. Feriadão.
As noites no sertão nordestino são muito agradáveis, em contraste à torreira do sol do dia. Estávamos todos na varanda, desfrutando da brisa, quando avisto um sapo no gramado. Um enorme sapo, lindo, verdoso, de grandes olhos expressivos. Foi amor à primeira vista. Fotografei-o e levei-o ao site de minha rede social sob o nome de Paulo Maurício. Houve muitas reclamações no site: "tenho fobia a sapo", "você não é um sapo para postar um sapo no lugar de sua foto", "a foto desse sapo deprecia sua pessoa", "uma vez, na fazendo do meu tio, desmaiei quando um sapo pulou em mim". Foram tantas reclamações que deletei Paulo Maurício de meu orkut.
Sempre tive muita curiosidade a respeito da temperatura dos sapos. Então, tomei coragem, e sopesei Paulo Mauricio na palma de minha mão. Nossa... como era gelado! 
Falei de "currais", falei de "pé de pau", falei de Paulo Maurício. Bem... encurtando essa longa história: a casa estava lotada e muitos dormiram em colchonetes, no chão, inclusive eu. Mas tranquei a porta do dormitório a sete chaves. Já imaginaram o susto, se acordo no meio da noite com Paulo Maurício e sua gélida temperatura - ah... que expressividade naquele olhar - em minha cama, isto é, no meu colchonete?
Bem que eu poderia ter deixado a porta do dormitório aberta. E se Paulo Maurício fosse o meu príncipe encantado disfarçado de sapo? Melhor a porta fechada...Não teria coragem de beijá-lo.
Ajá falou demais por hoje.

Ah... devo retornar ao assunto.

Falarei acerca de um maravilhoso  - segundo minha opinião - sapato verde-sapo que tive, motivo de muita troça dos colegas de trabalho.
Até mais. Os cães ladram e a caravana de abuelitas passa.

P.S.: No caso de haver algum leitor nordestino, corrija-me, por favor, se me confundi ao contar sobre a origem de Pau dos Ferros e Currais Novos.
E algum outro nordestino pode me dizer por que aquele açude se chama "Gargalheiras"?