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sábado, 30 de abril de 2011

abuelitapeligrosa: abuelitapeligrosa: Aqui tem de tudo - Armazém de s...

abuelitapeligrosa: abuelitapeligrosa: Aqui tem de tudo - Armazém de s...: "abuelitapeligrosa: Aqui tem de tudo - Armazém de secos e molhados : 'Passei minha infância ouvindo mamãe contar a história da galinha que ch..."

Abuelita cientopiés y sus muchos zapatos.

Dois ganchos. Duas argolas. Duas esferas. Tudo ferramentas juntadas do lixo que o escultor francês J. Paugier usou para representar uma cena de amor - o abraço - a cena mais representativa dos apaixonados, muito mais que o beijo. No abraço, troca-se energia, diz-se quanto se está amando apenas com a linguagem corporal.
E há também o abraço do amor incondicional, aquele abraço que se troca com os amigos, com aqueles a quem se ama - o grande abraço cósmico - do qual a Humanidade tanto necessita diante dos acidentes de percurso a que estão sujeitos os homens.
E por falar em amor, é a vez de um poema do blog http://cateespero.blogs.sapo.pt/2011/04/13/.
Tem sido uma surpresa muito agradável entrar em contato com as poetas portuguesas contemporâneas através desse blog.

...para apreciares, serenamente, poesia do passado e do presente.

Quarta-feira, 13 de Abril de 2011
Recordando... Maria do Rosário Pedreira
SE TERMINAR ESTE POEMA, PARTIRÁS

Se terminar este poema, partirás. Depois da
mordedura vã do meu silêncio e das pedras
que te atirei ao coração, a poesia é a última
coincidência que nos une. Enquanto escrevo

este poema, a mesma neblina que impede a
memória límpida dos sonhos e confunde os
navios ao retalharem um mar desconhecido

está dentro dos meus olhos – porque é difícil
olhar para ti neste preciso instante sabendo que
não estarias aqui se eu não escrevesse. E eu, que

continuo a amar-te em surdina com essa inércia
sóbria das montanhas, ofereço-te palavras, e não
beijos, porque o poema é o único refúgio onde
podemos repetir o lume dos antigos encontros.

Mas agora pedes-me que pare, que fique por aqui,
que apenas escreva até ao fim mais esta página
(que, como as outras, será somente tua – esse

beijo que já não desejas dos meus lábios). E eu, que
aprendi tudo sobre as despedidas porque a saudade
nos faz adultos para sempre, sei que te perderei

em qualquer caso: se terminar o poema, partirás;
e, no entanto, se o interromper, desvanecer-se-á
a última coincidência que nos une.


In “O Canto do Vento nos Ciprestes”
Editora Gótica,

Maria do Rosário Pedreira
N. 1959




.
Dá uma certa dorzinha na ponta do coração constatar que um amor chegou ao fim  - por uma das partes, penso - e que deixará, definitivamente, de existir enquanto se processa a criação de um poema:
 "se terminar o poema, partirás;
se o interromper, desvanecer-se-á
a última coincidência que nos une."

E como a bruxa é doidinha por sapatos, eis os dois que escolhi para bater pernas em Córdoba - Argentina, e que foram presenteados por meu amigo António, o blogueiro do CÁ TE ESPERO.
XI Coração, António!




 E mais este para ir ao teatro ou jantar numa casa de tango:
E por hoje é só. A bruxa ficou meio down por conta do poema. É triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiste quando se tem pela frente o fim de um amor. Ai! Ai!

Daqui a pouco já estarei gargalhando, porque no caldeirão da bruxa há remédio pra todos os males.