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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011


SEXO VIRTUAL

Mano macia

Que acaricia

Uno falo de miel.

Mano que va

Y que viene.

 Mano que recoge

En su palma

Lo que sigue al  deseo.

Lo que sigue al gozo.



Uma lengua

Que aflora

De una boca

Fruto maduro,

Despues de la charla,

En la tela

De la computadora..

Amor virtual?

 Para él, si es.

Amor real?

??????????.



Deditos de mujer

Que recorren frenéticos

El trayecto hacia

El oasis del amor.

 Amor virtual?

Si... si...

Amor real?

Seguro que si.



Hombres tienen sexo.

Mujeres hacen el amor.



Um renomado psicanalista brasileiro declarou numa entrevista que o amor do futuro será pela internet, que o sexo será meio” masturbatório”, mas que as pessoas normalmente se apaixonam, como se real fosse a relação. O inconveniente que ele vê nessas relações virtuais é o homem cafajeste dizer à mulher o que ela quer  ouvir. As consequências disso são deveras perniciosas para a vida afetiva feminina. Mulheres e homens relacionam-se de modos muito diferentes entre si.

Parafraseando Martha Medeiros
                                               (poeta brasileira)

Toda mulher tem um homem
para o qual vestiu-se de rendas

E calcinha vermelha.

Bordada de brilhos.
Toda mulher tem um homem
a quem fez concessões malucas,

a quem prometeu coisas
que a ninguém havia prometido.

Toda mulher tem um homem
que lhe jurou amor e desejo
e a esqueceu por completo.

Alguma mulher deve ter tido um homem

E, por influência dele, visitou

Uma sex shop pela primeira vez.

Alguma mulher deve ter tido um homem
que lhe serviu de inspiração
até para poetar em língua estrangeira:

“Estoy saliendo de compras, mi amor.

También me voy a comprar cigarrillos.”
E nada mais foi como antes...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

abuelitapeligrosa: Vovozinhapirigueti

abuelitapeligrosa: Vovozinhapirigueti: Possui um domínio foderoso da língua portuguesa, mas às vezes escreve bruxa com ceagá. Esquece as panelas no fogo e sai para a caminhad...

abuelitapeligrosa: Vovozinhapirigueti

abuelitapeligrosa: Vovozinhapirigueti: Possui um domínio foderoso da língua portuguesa, mas às vezes escreve bruxa com ceagá. Esquece as panelas no fogo e sai para a caminhad...

Vovozinhapirigueti


Possui um domínio foderoso  da língua portuguesa, mas às vezes escreve  bruxa com ceagá. Esquece as panelas no fogo e sai para a caminhada vespertina. E por aí vai... Oh, céus! Agora, perguntem a ela a senha do hotmail, do bol, do uol, do gmail, do Orkut, do face,  dos sites de relacionamentos, o nª do CPF, do RG, da agência e da conta bancária, o nº do telefone de todo mundo, o endereço complicado da prima que mora na Holanda, o endereço e o telefone da filha que mora no exterior? Ela sabe tudo de cor. Ah... é a perda da memória recente... Ela é velha. Ela está com a doença  do Dr. Alemão. Vai  ter de ir ao geriatra o quanto antes... Pra  que estes sapatos com o salto desta altura? Vai precisar de uma bengala para sair com eles.

Vovozinhapirigueti nem aí... Quer celebrar a vida apesar da idade, da hérnia de disco, dos quilos a mais, das rugas, do cabelo branco (que ela pinta de vez em quando, por livre e espontânea pressão dos filhos e amigos), apesar da perda recente de alguém que ela muito ama. Ama e vai amar sempre, enquanto permanecer neste mundo dos vivos. As mães não foram feitas para assistir à partida de um filho... antes dela.

E vovozinha ataca na internet. O que vovozinha apronta, não tá no gibi!

Primeiro vovó precisa contar como chegou a este fantástico mundo cibernético. Foi um amigo que a convidou para um site de amizades. Vovó não quis ser indelicada, adicionou-se e esqueceu o que havia feito. [A  putinha da memória traindo vovó de novo.] Um ano e meio depois, um velhinho de um país qualquer da América Latina pedia permissão para adicioná-la. E a esbórnia virtual tomou conta do mundo caduco de vovopirigueti. Ela sempre foi caduca, desde que nasceu. Fora da casinha...  Por isso nunca quis experimentar maconha. Já era meio lelé ao natural, imaginem com uma alteração de consciência?!

Gentem, não imaginam o que acontece no virtual mundo das amizades entre homem e mulher!

Vovó foi e foi com tudo... Não tinha nada a perder e nem dar conta de sua vida a ninguém – uma das vantagens da mulher sozinha e com idade. Por outro lado, vovó é mente aberta. Já viu de tudo nesse mundo e tudo que viu e vivenciou nos sites de amizades coloridas não abalaria seu sólido mundo-open-mind.

BRUNA SURFISTINHA DA TERCEIRA IDADE? Por aí...  Com Bruninha, o blog era à vera. Ela saía com os caras e depois postava o desempenho. Com vovó era tudo virtual.
Outra hora ela volta.
Até mais.




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

As viagens literárias de abuelita y sus muchos zapatos


Já pernoitei em quartos imundos, sórdidos, na companhia de uma velhinha russa, sórdida, crédula. Dostoievski me conduziu até lá.

Perdi-me mil vezes nos labirintos e na erudição de Borges.

Eu, mais Rosa, mais Riobaldo, atravessamos as veredas das Minas Gerais com o diabo e os jagunços na nossa cola.

Me perdi, me confundi, e até hoje não me encontrei, naquela ponte de Budapest a que eu e Alina Reyes fomos levadas por Cortazar.

Subi e desci o rio Madalena vezes sem fim.Voei aos céus envolta num lençol. Minha cabeça cobriu-se de flores amarelas caídas do espaço sideral. Compadeci-me da triste sina de Candida Erendira. Até agora não consegui compor a barafunda que é a árvore genealógica dos Buendia. Garcia Marquez me encanta e me provoca inveja porque não sei escrever como ele.

Passei tardes e tardes no Catedral... pensando na beleza ímpar daquele macho latinoamricano que escreveu as intermináveis Conversas na Catedral. Llosa envelheceu, mas continua lindo.

Desconstruí e construí uma estranha e velha casa cubana sob as ordens de Alejo Carpentier.

Certa vez, uma morte provocou um vazio na minha curiosidade literária: Veríssimo morreu e fiquei sem saber o que fazer. Não haveria mais a ansiosa espera do próximo livro.

Singrei mares longínquos e enfurnei-me em lugares exóticos sob a batuta de Joseph Conrad.

Cerveja. Uisque. Vodca. Gim. Porres homéricos. Camas imundas, prostíbulos nauseabundos e putas disformes. Bebedeiras, bebedeiras, bebedeiras... e mais bebedeiras. Um sorriso filosófico - aquele que a gente sorri para dentro de si mesmo, provocado pela linguagem irreverente, chula, escatológica. Bebedeiras e mais bebedeiras na companhia de Bukowiski.

Ainda imagino onde estará aquela jangada de pedra que Saramago jogou ao mar, sem timoneiro e sem âncora.

Continuo debruçada na janela  do quarto que dava para um beco onde Manuel Bandeira morou. Esperando as moças do sabonete Araxá passarem.

A palo seco, asfixiei-me no calor escaldante da mezeta espanhola e convivi com a vida e a morte severina, descendo o rio Capibaribe, o cão sem plumas de João Cabral de Mello Neto.

Clarice? Nem saberia o que dizer. Ela já disse tudo...

Capitu traiu. Capitu não traiu. Capitu é dissimulada. Capitu tem olhos oblíquos de cigana. Sei lá... Só sei que permaneço no fundo do mar, em meio aos peixes e à vegetação ondulante porque uns olhos de ressaca e a magia do Bruxo do Cosme Velho me afogaram.



A viagem literária cansou a
. E estes saltos altos estão me matando e me corroendo os pés.
Ademán.


 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Abuelita vai às compras




Jamais havia pisado lá ou em outra similar. Mas abuelita foi - acompanhada de uma amiga.
Na chegada, encantou-se por um chicotinho vermelho, todo ornamentado de fitas de seda. Parou... pensou... e se esse chicote não for usado para uma sessão SM de brincadeirinha e vai parar num local menos indicado, digamos, num orifício impróprio, enterrado até o cabo? Vixemariadaabadia! Vira manchete de jornal... Idosa fogueteira dá entrada no hospital de pronto socorro, em circunstâncias deveras curiosa. Mas abuelita sentiu-se a própria Tiazinha: máscara negra, altíssimos sapatos vermelhos, meias pretas, espartilho rendado, transparente, carregado na lantejola... e empunhando o tal chicote. Céus! Nem parceiro abuelita tem. Não viaja na maionese, vovó! Não pira na batatinha! Abuelita fora até lá em busca de um certo objeto para presentear alguém... fazer uma brincadeira.

Um vendedor solícito apresentou-lhe o objeto dentre todos aqueles outros em fila, pendurados na parede. Abuela tomou-o na mão e pediu outro, mais macio, de silicone, talvez...

E como abuelita é peligrosa pra dedéu, não ficou só na compra. Passou a observar os frequentadores da sex shop. De mulheres, só abuelita e a amiga. No mais, uma criatura empertigada, trajada de terno escuro, balbuciava a uma das vendedoras o que desejava. Outro, muito à vontade, falava alto e ria com as vendedoras; cliente contumaz. Um terceiro... abuelita não entendeu o que ele fazia lá. Com aquela cara, aquela barriga caindo pra fora da bermuda sebenta, sandália havaiana, uns fiapos de cabelo espalhados no crâneo lustroso... Será que encontraria alguém disposta a dividir com ele aquelas coisas que ele comprava? Dúvida cruel... Além do mais, o tipo andava pra lá e pra cá, faceiro como pinto no esterco, sentindo-se o último biscoito do pacote depois que a terceira guerra mundial dizimou a população da  terra, poupando somente ele e as mulheres.

Compra feita, presente entregue.
 E agora, mãe, como é que eu fico? Eu fico assim, ó... como diria o Juninho da Zorra Total. Não tens noção, mesmo! Como é que me trazes um concorrente aqui pra dentro da minha própria casa?

Bobagem, bebê!. Usa pra incrementar a relação, uai!.

He! He! He!  Aquele chicotinho vermelho não abandona a tela mental de abuelita.

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Os lançamentos de verão estão um arraso. Abuelita encantou-se com o último, o uncle boot vermelho, de verão. Até isso eles inventam.... botinha pra verão.

Ademán... os cães ladram e os sem-noção de sex shop passam.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Kadahfi esteve aqui em casa

                                                  Kadahfi esteve aqui em casa

É falta de respeito, educação e solidariedade a maneira como os internautas estão lidando com a doença do Lula. "Vai pro SUS!" "Vai pra fila às quatro da manhã pra ver o que é bom!" Somente quem não passou por isso é que não sabe respeitar. Já passei e não foi fácil; ainda bem que havia alguém feito  Dona Marisa ao meu lado e que não me abandonou por um momento. A maior prova de amor que um homem pode dar a uma mulher, foi-me dada pelo meu companheiro. Também fui guerreira por essa força que recebi. Os cabelos foram caindo, a cara ficando cada vez mais rósea. Só me exilei um pouco mais em casa quando os cílios caíram e fiquei com olhos tão expressivos quanto o cu de um pinto. Mas isso é outra história.

Sonhei que o Lula me fez uma visita. Contar sonho é muito chato. Mas os meus sonhos são em tecnicolor, efeitos especiais e até verossimilhança como requer uma boa ficção. Digo verossimilhança porque meu apê não era um cubículo de dois dormitórios. Era um andar inteiro, vista para um rio, muitas janelas de vidro, muitos ambientes, coisa digna de receber um Presidente.
Estávamos na sala, confortalvelmente sentados, quando o Presidente, na sua proverbial simplicidade, puxou o edredom, cobriu-se até a cabeça e disse que ia passar a noite por ali mesmo. Dona Marisa aconchegou-se ao peito dele e já estavam a dormir.
De repente bateram à porta - havia uma grande comitiva e alguém desejando ser recebido pelo Presidente.
O Presidente prontamente foi à porta, acompanhei-o e eis que à frente de dois ou três ministros, Kadahfi, mais magro, vestindo um marrom  monge franciscano, apressado, claudicando da perna direita e apoiado a uma bengala na mão esquerda! Sim!... Afinal era sonho...
Houve um frisson na platéia feminina - fisionomias simplesmente congeladas. Kadahfi ainda era aquele quarentão bem apanhado com a fama de muso que a mídia lhe concedera.
Lula juntou´se à comitiva e foi para os aposentos presidenciais fazer as honras da casa àquela visita inesperada.
Quando o último carro da comitiva foi-se, voltei ao interior da sala. Havia ainda grande movimento de garçons, retardatárias gordas empapuçando-se de uns doces que eu não saberia descrever.
Percebi que a visita havia acabado quando avistei, junto à parede do jardim de inverno, uma fila de petistas, de camisas vermelhas, sandálias havaianas, sentados no chão, com cara de cansados.

E para não continuar uma chata contadora de sonhos, volto ao meu ofício: sapatos.
Eis o que recolhi na rede, últimas novidades para o verão.



Por hoje é só. O cães ladram e a comitiva do Omar passa.

sábado, 3 de setembro de 2011

abuelitapeligrosa: Abuelita cientopiés y sus muchos zapatos.

abuelitapeligrosa: Abuelita cientopiés y sus muchos zapatos.:  LOS PERROS DE CÓRDOBA (Argentina) Eles s...

Abuelita cientopiés y sus muchos zapatos.

                         
                             LOS PERROS DE CÓRDOBA
                                           (Argentina)

Eles são de uma cor indefinida - castanho, amarelo, meio pretos. Olhando com atenção, nota-se uma ancestralidade germânica. Parecem vira-latas com mestiçagem de pastor alemão. Estão por toda a parte da cidade. Na Plaza San Martin  há muitos.
Estava eu apreciando o movimento da praça, comodamente sentada num banco e um deles - mais parecia um capa-preta, espichado atrás de mim, a dormir placidamente na grama. De repente ele levantou-se, saiu correndo com mais quatro ou cinco atrás e postaram-se com poses de amestrados ao lado da policial que atendia a uma ocorrência de rua. O episódio encerrou-se, a moça dirigiu-se à estátua de San Martin e eles a acompanharam, permanecendo naquela postura de bicho treinado.
À mais leve alteração de vozes na praça, principalmente se for a voz de um policial, e eles acodem, parece que prontos para dar uma ajuda.
Não se dá nada por eles, mas eu acho que os cães de rua de Córdoba, na verdade, não são cães de rua. São policiais secretos. Será que são uma herança da ditadura? Agentes secretos disfarçados de cães sem raça definida, espalhados pelos logradouros públicos cordobeses?



E há também os sem cara de agentes secretos. Doces cãezinhos oriundos de outras raças.
Pelo olhar de pouco caso, sem um pouquinho de fome...


E como como sempre, bruja abuelita - o abuelita bruja? - y sus  zapatos.
Para desfrutar o verão.



Naqueles dias saudosos de inverno.



Bolsa de compras ecologicamente correta. Aqui cabem as miudezas compradas no supermercado.

Não se sabe acerca da utilidade das rodinhas. Se fossem retráteis, seria possível transformar em um par de patins. De uma coisa se tem certeza: dispensa as sapatilhas de balé porque os pés já ficam em posição de balé clássico.

Esqueceu o lanche em casa? Então a fruta fará falta e muitas caimbras tomarão conta de seu corpo...

Fifi ficou sozinha em casa... Lembrete: você tem uma adorável cachorrinha da COFAP. 

 
Sem definição... Lembra o focinho de um cão. Ou o sorriso de um rinoceronte?

Não se sabe ao certo onde enfiar o pé... Na dúvida, coloca-se um ao lado do outro e se faz uma minicadeira para tomar sol, o que será de utilidade nenhuma, a não ser que se coloque a bronzear-se umas daquelas bonequinhas do baú da infãncia.
Politicamente incorretos! Onde se viu baladeiras se o GREENPEACE berra aos quatro ventos que se deve preservar a Terra e seus conteúdos, inclusive a fauna? Lugar de pássaro é na vastidão da liberdade ou no telhado da vizinha.

Telhado da vizinha? Sim! Um casal de quero-quero mora no telhado da vizinha para melhor pastorear o ninho que fica na lagoa a poucos metros.
Aqui, e nos arredores, há pássaros para todos os gostos: pica-pau, quero-quero, sabiá, rabo-de-palha, andorinha [andorinha, não!, que o verão não chegou ainda], carcará (vulgo gavião), pombinhas cinzentas que deixam um rastro bonito na areia, muitos (muitos) pardais, periquitos, anús [acento gramaticalmente mal empregado para que não se confunda com algo da anatomia]. São tantos pássaros que o ruído de um carrinho de mão com falta de graxa confunde: logo se levanta os olhos ao céu - ou às arvores - à procura do pássaro que está a cantar.

Sem comentários... Não deu para perceber do que se trata - depois de se saber que é um sapato, claro!


Cuidado para não ser confundido com o poste. Os cães podem enganar-se e levantar a perninha em um lugar indevido.
Já sei... já sei... Meu amigo do CÁ TE ESPERO vai me crivar de perguntas porque as aves em Portugal tem nomes diferentes. Pode perguntar, António. Já te disse que curiosidade (sadia) é sinal de suprema inteligência.
O acervo do caldeirão esgotou-se por hoje.

Saludos de abuelita cientopés!


Legenda a seu critério...
Ademán. Os cães-policia-secreta cumprem seu dever e a caravana de centopéias passa.